Os textos e fotografias aqui publicados não podem ser reproduzidos ou utilizados para fins lucrativos ou de propaganda política, nos termos do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos.

The texts and photos published here cannot be reproduced or used for profit purposes or political propaganda, according to the national and international Copyright laws.

CARTA DE FLORENÇA
CARTA DOS JARDINS HISTÓRICOS
ICOMOS, 1981

O Comité Internacional dos Jardins Históricos do ICOMOS-IFLA reunido em Florença em 21 de Maio de 1981 decidiu elaborar uma carta relativa à salvaguarda dos jardins históricos que assumirá o nome desta cidade. Esta carta foi redigida pelo Comité e registrada pelo ICOMOS em 15 de Dezembro de 1982 como complemento da Carta de Veneza neste domínio particular.
Definições e objetivos
Artigo 1 - Um jardim histórico é uma composição arquitectónica e vegetal que apresenta interesse público dos pontos de vista histórico e artístico. Neste sentido deve ser entendido como monumento.
(ler tudo)

The ICOMOS-IFLA International Committee for Historic Gardens, meeting in Florence on 21 May 1981, decided to draw up a charter on the preservation of historic gardens which would bear the name of that town. The present
FLORENCE CHARTER
was drafted by the Committee and registered by ICOMOS on 15 December 1982 as an addendum to the Venice Charter covering the specific field concerned.
Definitions and Objectives
Art. 1. An historic garden is an architectural and horticultural composition of interest to the public from the historical or artistic point of view. As such, it is to be considered as a monument.
(read all)

Mostrar mensagens com a etiqueta jardins_botânicos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta jardins_botânicos. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 18 de março de 2010

Jardim Botânico em Berlim / Botanic Garden in Berlin-Dahlen (3)

3. O jardim das plantas medicinais.


Junto ao limite noroeste do Jardim Botânico encontra-se o jardim das plantas medicinais, um espaço aproximadamente rectangular com cerca 3000 m2 .


Renovado nos anos 90, os seus canteiros dispõem-se agora segundo um desenho que pretende representar esquematicamente os órgãos do corpo humano (sem os membros). Neles se podem encontrar mais de 230 espécies de plantas medicinais, também chamadas simples, posicionadas de acordo com os órgãos sobre os quais se exerce a sua acção terapêutica - como pode ver-se no esquema e respectiva legenda colocadas a meio do texto em inglês, mais abaixo.

Os jardins exclusivamente de plantas medicinais, também designados jardins dos simples, são normalmente referenciados como tendo a sua origem (no Ocidente) nas cercas dos mosteiros medievais. Um exemplo clássico, sempre apresentado, é o do jardim das medicinais (Hospital garden ou Phisic garden) representado no famoso plano do mosteiro de Saint Gall, na Suíça (séc. X). Outra referência muito comum são os compêndios medievais de plantas medicinais como a Physica (Liber simplicis medicinae) da abadessa Hildegard von Bingen, ou Santa Hildegarda (séc. XII).
No entanto, é muito provável que este tipo de jardim já existisse muito antes, nas civilizações do Próximo Oriente.


3. The garden of medicinal plants.

The garden of medicinal plants is an approximately rectangular area of around 3000 m2 (3588 sq. yard) situated on the northwest side of the Botanic Garden .

It was renovated in the 90’s, and its beds were laid out roughly in the shape of a human (limbless) body. On display there are more than 230 different species of medicinal plants, also called simples, grouped together and placed – as possible – on the corresponding site of the human body schematic plan, as it can be seen on the picture and its caption here under.

Click on the picture and on the linked letters of the caption to see more details.
(Clique na figura e nos linques das letras da legenda para ver mais informação)

A: Plants in discussion for medical use. (Plantas com aplicação médica em discussão)
B: Plants that act on the nervous system. (Plantas com acção sobre o sistema nervoso)
D: Plants used as anti-diabetics. (Plantas utilizadas como anti-diabéticas)
E: Plants for treatment of colds and respiratory diseases. (Plantas para tratar constipações e doenças respiratórias)
F: Plants used for women’s complaints. (Plantas usadas em patologias das mulheres)
G: Plants that act on the vascular system and aging. (Plantas que actuam sobre o sistema vascular e o envelhecimento)
Gi: Toxic plants of human medical importance. (Plantas tóxicas importantes na medicina humana)
H: Plants used against heart and circulatory problems. (Plantas que tratam problemas circulatórios e cardíacos)
HW: Plants used on wounds and skin diseases. (Plantas usadas em doenças e feridas da pele)
L: Plants for treatment of liver and gall bladder. (Plantas para tratamento do fígado e da vesícula)
MD: Plants against gastro-intestinal troubles. (Plantas para problemas gastro-intestinais)
N: Plants for complaints on kidney and bladder. (Plantas para queixas nos rins e na bexiga)
O: Officinal trees and shrubs. (Árvores e arbustos com propriedades medicinais)
R: Plants against pain and rheumatic disease. (Plantas para tratar dores e doenças reumáticas. (Plantas para tratar dores e doenças reumáticas)
Sch: Plants against hyperthyroidism. (Plantas contra o hipertiroidismo)

Gardens made only with medicinal plants, also referred as gardens of the simples, are usually said to have its (Western) origin on the grounds inside the medieval monasteries. A classical example always given is the Hospital garden, or Phisic garden, drawn on the famous plan of Saint Gall Swiss monastery (X c.). Also most mentioned as evidence or confirmation are the medieval compendia on medicinal plants, as the Saint Hildegard’s (abbess Hildegard von Bingen) Phisica (Liber simplicis medicinae) (XII c.).
However, is most probable that this type of garden already existed long before in the Ancient Near East.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

II. Jardim Botânico em Berlim / Botanic Garden in Berlin-Dahlen (2)

2. O jardim das fragrâncias.

Jardim dos cheiros e do tocar, na tradução literal do alemão.
Este jardim foi construído em 1984, com a intenção de permitir aos cegos experimentar a diversidade das plantas através dos seus diferentes cheiros e texturas, sendo os canteiros elevados à altura das mãos de quem percorre os seus caminhos.


De entre as plantas aromáticas ali dispostas refiram-se as violetas (Viola odorata), a aspérula-odorífera (Asperula odorata), o cálamo-aromático (Acorus calamus), a salsa (Petroselinum sativum), a erva-cidreira (Melissa officinalis) e outras dos géneros Salvia, Heliotropium, Lantana, Sassafras, Daphne, Pelargonium (sardinheiras) e Paeonia. Muitas dessas plantas são de origem mediterrânica.


Os sons da água corrente, proporcionados por alguns pequenos repuxos, e da passarada, cuja concentração é favorecida pelas densas pérgulas, complementam as experiências sensoriais que podem ser usufruídas neste pequeno jardim.


Ao contrário do que sugerem, ou afirmam, diversos autores e “especialistas”, este tipo de jardim não tem origem nos hortos medievais, nem nos jardins das medicinais, nem nas hortas domésticas (jardines de hierbas, jardin potager, kitchen garden). Históricamente, só podemos encontrar referências a este tipo de distribuição intencional dos cheiros, das texturas e dos sons nos jardins persas e, posteriormente, nos jardins mouriscos da península ibérica, estes por sua vez muito influenciados pelos persas após a invasão árabe da Pérsia no século VII, durante a expansão islâmica.


2. Fragrance and touch garden.

This garden was built in 1984 to enable visually disabled people to appreciate the diversity of plants trough their fragrances and textures. For this purpose, the plants are grown in beds raised to the height of the hands of those who walk along the garden paths.


Among the plants there presented we have to refer the violets (Viola odorata), the woodruff (Galium odoratum), the parsley (Petroselinum sativum), the lemon balm (Melissa officinalis) and diverse species of the Salvia, Heliotropium, Lantana, Sassafras, Daphne, Pelargonium and Paeonia genera.
Many of these plants are from the Mediterranean.
The sounds of running water and bird singing coming from some small fountains and dense pergolas complete the sensorial experience that this garden has to offer.
Rather than suggest or state several authors and “specialists”, this type of gardens does not originate in medieval gardens, or in medicinal gardens, or in kitchen gardens. Historically, we can only find references to this kind of intentional distribution of scents, textures and sounds, in the Persian gardens and later in the Moorish gardens, these on their turn very influenced by the Persian after the Arab invasion of Persia during the VII century Islamic expansion.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

II. Jardim Botânico em Berlim / Botanic Garden in Berlin-Dahlem (1)

1. Breve introdução sobre as suas origens, situação, constituição e aspecto geral.


O actual Jardim Botânico de Berlim foi construído sob a direcção de Heinrich Gustav Adolf Engler entre 1899 e 1910 junto ao bairro de Dahlem, numa antiga quinta estatal nos arredores sudoeste de Berlim, e faz parte da Universidade Livre de Berlim.

Vista aérea do Jardim Botânico em Berlim-Dahlem, a partir de uma imagem do Google Earth.
Aerial view of the Botanic Garden at Berlin-Dahlem, from an image of Google Earth.

Contudo, a história faz remontar a sua origem a 1679, ao tempo em que o Grande Eleitor Frederico mandou instalar nas proximidades do burgo de Schöneberg, no local hoje conhecido como Kleistpark, um jardim agrícola modelo. Posteriormente, em 1718, este jardim foi doado pelo Grande Eleitor Frederico Guilherme I (contemporâneo de D. João IV) à Academia Prussiana das Ciências.
O jardim ocupa uma área aproximada de 43 hectares e a sua muito diversificada colecção de plantas excede as 22 mil espécies.

Estátua do semeador, foto de Daniel Tscernich no Panoramio.
Statue of the planter, photo by Daniel Tscernich on Panoramio.

Diz-se que a natureza de um povo é visível nas suas realizações, o que neste caso parece ser verdade. Uma das duas entradas principais deste jardim, a do lado Sul, designada Unter den Eichen (literalmente, por debaixo dos carvalhos), é marcada pela estátua do semeador, que por sua vez tem atrás de si o Nutzpflanzengarten (jardim das plantas úteis). A outra, a do lado Norte, flanqueia o grande edifício do Museu de Botânica.


1. Brief overview on its origins, location, general composition and appearance.

The present Botanic Garden in Berlin-Dahlem was built under the directive of Heinrich Gustav Adolf Engler between 1899 and 1910, onto an ancient state potato farm near by the locality of Dahlem, and it’s now part of the the Free University of Berlim.
However, history traces its origin to 1679, when the Great Elector Friedrich ordered the settlement of a model agricultural garden close to the village of Schöneberg, at the place called nowadays Kleistpark. Later, around 1718, the Great Elector Friedrich Wilhelm I donated this garden to the Prussian Academy of Sciences.
The garden now occupies about 43 ha (104 acres) and its very diversified plant collections exceed the 22 thousand species.

Mapa do Jardim Botânico em 1909, na Wikimedia Commons.
Map of the Botanic Garden in 1909, on Wikimedia Commons.

It’s said that one people’s nature can be seen in its accomplishments, and this seems to be true in the present case. One of the main entrances of this garden, the south one that takes the name of Unter den Eichen (literally, Under the Oaks), it’s marked by the statue of the planter, behind which it was placed the Nutzplanzengarten (garden of the usefull plants). The other main entrance, the one on the north side, flanks the Botanical Museum big building.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (14)

14. Templetes e paisagens dentro dos jardins.

Para além do pequeno pavilhão situado no centro do jardim japonês, já mencionado no postal anterior, e da famosa torre octogonal de dez andares a que chamam Pagode, existem dentro de Kew outros pequenos edifícios apenas com função estética e lúdica usualmente denominados templetes, de entre os quais se referirão aqui apenas dois:

1. O pequeno templete a Eolo, mandado construir originalmente entre 1760 e 1763 por Sir William Chambers, encontra-se situado no topo da pequena colina artificial, construída com terras resultantes da escavação do lago, onde foi mandado colocar depois por Thomas Burton no ano de 1845.


2. Situado aproximadamente a meio caminho entre a estufa das palmeiras e a estufa temperada quando se caminha pelo belíssimo Passeio das Cerejeiras (Cherry Walk) encontra-se o templete do rei Guilherme (King William’s Temple). É um pequeno edifício neoclássico de pedra com pórticos de quatro colunas em ambas as fachadas de topo (tetrástilo e anfipróstilo). Foi mandado construir em 1837 por Sir Jeffry Wyatville como complemento do já desaparecido templo da Vitória.
Em volta deste pequeno edifício está plantada uma colecção de plantas aromáticas mediterrânicas, de entre as quais merecem menção especial as do género Cistus, complementada por grandes Yucca sub-tropicais – coisa notável nestas latitudes.


Os jardins de Kew são, no entanto, mais do que ajardinamentos e canteiros, estufas e templetes. Eles são também, e principalmente, paisagem inglesa tradicional: bosques e prados, amenas clareiras, lagos e represas.



14. Small temples and landscapes inside the gardens.

Besides the small pavilion in the centre of the Japanese Garden described on the previous post, and the famous octagonal ten-floor tower named Pagoda, several other small buildings, temple shaped, of memorial and playful purpose are disseminated along the gardens. We’ll mention only two:

1. One is the Temple of Aeolos, a Grade II listed building originally designed and constructed by Sir William Chambers between 1760 and 1763. It was rebuilt by Decimus Burton in 1845 on an artificial mound, known as Cumberland Mount, formed from spoil dug during the creation of the Lake.

2. Other is King William’s Temple, placed roughly half way between the Palm House and Temperate House when you move along the beautiful Cherry Walk. It is a small neoclassic stone building showing a four-column Tuscan portico at either end (Tetrastyle, Amphiprostyle), built in 1837 by Sir Jeffry Wyatville to complement Chambers' Temple of Victory (no longer standing).
Surrounding King William's Temple there is a specially planted collection of highly-scented Mediterranean style shrubs, herbs and other plants. The collection of rock roses (Cistus), complemented by large exotic Yucca, is particularly impressive – and remarkable at this latitude.

Kew Gardens are, however, more than gardened places and beds, green houses and memorials. They are also, and mainly, a piece of English traditional landscape, with its woods and clearings, its lawns and meadows, lakes and dams.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (13)

13. O jardim japonês.

O jardim japonês, ou a paisagem japonesa (Japanese landscape) na tradução literal do inglês, é a reprodução de um jardim de passeio japonês (kaiyū-shiki) ao estilo do período Momoyama, dos finais do século XVI, que ocupa uma área de, aproximadamente, 5000 metros quadrados.



Clique para ver maior


Este jardim desenvolve-se em volta de um pequeno pavilhão denominado Chokushimon (que significa, literalmente, portão do mensageiro imperial), o qual é uma réplica à escala de 4/5 do Karamon (que significa, literalmente, portão chinês) do Nishi Hongan-ji, traduzindo, do Templo Ocidental do Voto Original, em Kyoto.


Junto ao Chokushimon foi plantado, pelo próprio príncipe Akihito do Japão aquando da visita a Kew em 1976, um exemplar da árvore Hinoki (Chamaecyparis obtusa) cuja madeira foi utilizada na sua construção.

Entre as diversas plantas de origem japonesa usadas aqui nas plantações, merecem ainda especial referência as particularmente belas azáleas Kurume - cultivares "Hinode Giri" and "Kure-no-yuki".


13. The Japanese landscape.

The Japanese landscape, or Japanese garden, is the reproduction of a Japanese strolling garden (kaiyū-shiki) in the style of the Momoyama period (late sixteen century), covering an area of approximately 5,000 square metres (5980 square yards).


This landscape is centred around a little pavilion called Chokushimon (this literally means Gateway of the Imperial Messenger) which is a four-fifths actual size replica of the Karamon (this literally means Chinese Gate) of Nishi Hongan-ji, translating, of the Western Temple of the Original vow, in Kyoto.



A specimen of Hinoki (Chamaecyparis obtusa), the tree whose wood has been used in the construction of the Chokushimon, was planted in the Japanese landscape by their Imperial Highnesses the Prince Akihito and Princess Michiko (now Emperor and Empress) when they visited Kew in 1976.

Among the wide range of plants of Japanese origin here that were used in this place, a special reference is due to the astonishingly beautiful Kurume azaleas - cultivars "Hinode Giri" and "Kure-no-yuki".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (12)

12. A estufa temperada - a exposição.

A riquíssima colecção de plantas da estufa temperada apresenta-se, desde o restauro de 1981, distribuída geograficamente, tal como era previsto nos planos originais de Burton embora com mais regiões representadas, e inclui ainda uma área que congrega plantas com interesse económico, conforme pode observar-se no esquema em baixo.


Muitas plantas desta estufa merecem menção especial. Uma palmeira-do-chile (Jubeae chilensis) cresce ali desde 1862 e em 1985 já media quase 18 metros de altura, sendo hoje considerada a maior planta em estufa.


Também pode ver-se aí a raríssima Encephalartos woodii, que é uma cica actualmente extinta em meio natural.


As espécies Hibiscus liliiflorus, endémica da Ilha Rodrigues (Maurícias) e quase extinta, e Trochetiopsis erythroxylon, endémica da Ilha de St.ª Helena e actualmente extinta no seu lugar de origem, estão a ser reproduzidas nesta estufa com vista à sua reintrodução no seu meio natural.

Refira-se, como curiosidade, que as proteas gigantes (Protea cynaroides, a flor símbolo da África do Sul) recomeçaram a florir passados 160 anos, pouco tempo após a sua replantação na estufa restaurada (1986).


12. The Temperate House - the display.

The most rich collection of plants inside the Temperate House is nowadays displayed in geographical zones, as intended in Burton's original design, though the scheme now represents many more regions, as can be seen on the ground plan.

Many plants in this greenhouse deserve special mention. A huge Chilean Wine Palm (Jubaea chilensis) grows inside since 1862 - in 1985 was already near 59 feet high - today being considered the largest indoor plant.

There, one can also see the cycad Encephalartus woodii, not only the rarest plant in the gardens but one of the last surviving specimens in the world.

Among the plants on display in the Temperate House are endangered island species, being propagated for re-introduction to their native soil, such as Mandrinette (Hibiscus liliiflorus) from Rodrigues Island and St. Helena Redwood (Trochetiopsis erythroxylon) from the island of St. Helena.

Surprisingly, the existing king protea (Protea cynaroides) from the Cape seems to have relished the conditions after the 1982 restoration, as it bloomed in 1986 after a gap of exactly 160 years and can be seen growing in the south end of the House.

domingo, 13 de julho de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (11)

11. A estufa temperada - o edifício.

O belíssimo edifício vitoriano de ferro e vidro, com os seus 4880 metros quadrados, terá sido a maior estufa do mundo ao tempo da sua construção (1859-1899) e é, ainda hoje, a maior do jardim botânico de Kew.


Projectado em 1859 por Decimus Burton - tal como o edifício da estufa da palmeiras - a sua construção teve início em 1860. Em 1862 estavam concluídos o corpo central e os dois octógonos adjacentes. Em Maio de 1863 abriria pela primeira vez ao público.

Octógono e ala Sul (Foto de Bradman334 no Flickr, Maio 2007)

As alas Norte e Sul do edifício da estufa só viriam a ser construídas entre 1895 e 1899. Após a sua conclusão, a estufa temperada tem 180 metros de comprimento, para uma largura máxima de 43 metros.




Entre 1974 e 1980 o edifício foi completamente restaurado, tendo sido melhorada a eficiência luminosa, remodelado o sistema de aquecimento, simplificada a rede de caminhos e construídas zonas aquáticas nos canteiros. Durante 1981 foram feitas as novas plantações e a estufa pôde voltar a ser aberta ao público.

11. The Temperate House - the building.

The beautilful Victorian iron and glass building, covering an area of 52528 square feet, was presumably the world's largest glasshouse when it was built (1859-1899), and today still is is the largest at the Botanic Gardens.

Designed by Decimus Burton - as the Palm House was - during 1859, its construction work began in 1860. The centre block and the two octagons were concluded in 1862 and the public was first admited in May 1863.


The Greenhouse (left) in 1908/9 (Photo: Vistas, Explore Kew Gardens)


The north and south wings of the building were built much later, between 1895 and 1899. The completed building measures 590 by 140 feet at its greatest length and width, correspondently.


Between 1974 and 1980 the Temperate House building was fully restored, being improved the light transmition, the heating system renewed, the path system simplified and water features included on the enlarged beds. During the summer of 1981 the planting was completed and the house reopened to the public.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (10)

10. O jardim sistemático ou Classe.

A Classe foi instalada em 1860 pelo então director, Sir Joseph Hooker, nos terrenos que a horta da Casa Real ocupou até 1847, e destina-se ao ensino da Taxonomia Vegetal.



Contém actualmente1 cerca de 3000 plantas herbáceas diferentes, agrupadas em 51 famílias botânicas e distribuídas por 126 canteiros.



Ao juntar as plantas de uma mesma família botânica tornam-se facilmente visíveis as suas semelhanças e diferenças, sendo possível fazer uma ideia da enorme diversidade existente nas herbáceas com floração.



De entre as plantas presentes refiram-se, pela particular beleza das suas flores, a Nigella damascena (nigélia da pérsia) e a Aquilegia vulgaris (aquilégia), e pela sua extraordinária eficácia terapêutica no tratamento da malária, a Artemisia annua (artemísia).

Em 1959 foi construída a pérgula das rosas cobrindo os principais caminhos deste jardim, para marcar o bicentenário dos jardins de Kew.


Refira-se, como curiosidade, que ao longo do limite nascente deste jardim estão localizados pequenos talhões muito bem cuidados, cujo cultivo faz parte das actividades curriculares dos prestigiados cursos de jardinagem de Kew.

1Em 2003, o número de plantas era de apenas 2500 em 108 canteiros, representando 50 famílias botânicas.


10. The Order Beds or Systematic Garden.

The Order Beds were devise in the late 1860s by Sir Joseph Hooker, then director of the Royal Botanic Gardens, on the ground occupied by the kitchen garden of the Royal House until 1847, and aim the teaching of Plant Taxonomy.

At present1, an organised collection of more than 3000 different types of herbaceous plants from 51 different families is laid out on 126 beds.

By growing plants from the same family together, similarities and differences in appearence are easily visible and it is possible to see a sample of the diversity within the herbaceous flowering plants.

Among these plants, some can be mentioned for their especially beautiful flowers, as Nigella damascena (love-in-a-mist) and Aquilegia vulgaris (european columbine), and one must be referred, Artemisia annua (sweet wormwood), because of its extraordinary efficacy in the treatment of malaria disease.

Along the eastern boundary are the Kew student vegetable plots, where they are required to grow a range of crops as a part of their diploma.

1In 2003 the number of plants was 2500 on 108 beds, representing 50 botanical families.

sábado, 12 de abril de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (9)

9. A estufa das palmeiras - a exposição.

A estufa das palmeiras recria uma zona climática tropical húmida e apresenta as plantas agrupadas por zonas geográficas, distribuídas como pode observar-se na figura, com excepção da área central que está reservada para os exemplares mais altos, obviamente por ter mais espaço livre na vertical.


Muitas são as curiosidades botânicas que aí podem observar-se e também muitas espécies que se encontram, infelizmente, ameaçadas nos seus locais originários.

Dypsis decaryi (Fonte: PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.3,f.3)

Na ala Sul podem ver-se a rara Dypsis decaryi ou palmeira triangular, de Madagascar, a Lodoicea maldivica ou coco-do-mar, originária das ilhas Seychelles, cujo fruto é o maior do reino vegetal chegando a pesar 20 kilogramas, e a Encephalartos altensteinii, uma planta muito especial que chegou a Kew em 1775 e é, agora, uma espécie ameaçada.

Encephalartos altensteinii (Fonte:PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.2, f.1)

Na ala Norte é de salientar Strongylodon macrobotrys ou trepadeira-jade, originária da floresta tropical nas Filipinas da qual resta actualmente menos de 1/5.

Veitchia winin (Fonte: PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.1,f.3)

Na área central podem observar-se, por exemplo, alguns gigantes vegetais como a Veitchia winin ou palmeira de manila, que pode atingir 12 metros de altura e a Attalea speciosa ou babaçu (br.), que pode atingir os 15 metros.

Na cave desta estufa foi instalada a Exposição Marinha, onde são exibidas algas e outras plantas subaquáticas em dezanove (19) tanques, que recriam quatro (4) ambientes marinhos: Recifes de coral; Estuários; Mangais; Costas rochosas.


9. The Palm House - the display.

The Palm House creates conditions similar to tropical rainforest and displays the plants grouped together in geographical areas, as can be seen on the ground plan, except in the centre, where the tallest specimens use the extra height of the dome.

There one can observe many exotic plants, and now also many rarities as the tropical rainforests become one of the most threatened habitats on Earth.

In the south wing of the building it can be found the rare triangle palm, Dypsis decaryi from Madagascar, the double coconut palm, Lodoicea maldivica native in the Seychelles, which bears the largest seed of all plants, and the South African cycad, Encephalarthos altensteinii, a very special plant brought to Kew in 1775 and now unfortunately member of a threatened specie.

In the north wing the emphasis goes to the jade vine, Strongylodon macrobotrys native in the rainforests of the Phillippines, which are disappearing at an alarming rate.

In the centre transept stand the tallest specimens like the winim palm, Veitchia winin that can be over 40 feet high, and the babassu palm, Attalea speciosa that easily reaches 50 feet height.

Housed in the basement of Palm House is the Marine Display, where 19 tanks show 4 major marine habitats.

sábado, 5 de abril de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (8)

8. A estufa das palmeiras - o edifício.


A estufa das palmeiras nos jardins de Kew representa um conceito totalmente inovador. Construída entre 1884 e 1848 por Richard Turner, a partir de um projecto de Decimus Burton, foi a mais importante estrutura em ferro e vidro do seu tempo, em todo o mundo.

(fonte: PACSOA, Places, Kew Palm House-Exterior, fig.3)

O edifício viria a ser tomado como modelo. O Palácio de Cristal de Paxton, bem como as estações ferroviárias de Paddington e Temple Mead, da autoria de Brunel, copiaram a sua tecnologia construtiva.

Turner foi buscar ideias à construção naval, assemelhando-se a estufa a um casco de navio invertido. Ele usou o material mais recente - ferro forjado, forte e manejável - para construir as delicadas nervuras que abarcam um enorme vão com mais de 15 metros, sem pilares de suporte, coisa inaudita naquele tempo. A altura resultante era essencial para o crescimento das palmeiras no seu interior.1

(fotografia: PACSOA, Places, Kew Palm House-Interior, fig6)

A estufa das palmeiras tem aproximadamente 110 metros de comprimento, para uma largura máxima de 30 metros e uma altura que atinge os 20 metros.2

8. The Palm House - the building.

The Palm House in Kew Gardens was an entirely new concept. Not a building with glass, but a building of glass. Built from 1844 to 48 by Richard Turner to Decimus Burton's designs, it is the world's most important Victorian glass and iron structure.

The Palm House was very influential. Paxton’s Crystal Palace and Brunel’s Paddington and Temple Meads railway stations copied the technology.

London Padington Station (source: Wikipedia)

Turner borrowed ideas from shipbuilding, and The Palm House is like an upturned ship’s hull. He used the latest material - strong, workable wrought iron - to make the delicate ‘ribs’ across a huge span of 50 feet (15.2 metres), with no supporting pillars, unheard of at the time. The height was essential for the palm trees inside to grow.1

Palm House is 363 feet long by 100 feet wide and rises to a height of 66 feet. Besides educating visitors in the natural world, one of the functions of English greenhouses at the time was to display the exotic range of plants and flowers that flourished in the British Empire.2

1Rory McGrath's Industrial Revelations, Kew Palm House, Machines & Engeneering, Discovery Channel
2G.E. Kidder Smith, Looking at Architecture, p.128 (in Archiplanet, Palm House at Kew Gardens).

quarta-feira, 19 de março de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (7)

7. O Conservatório Princesa de Gales - a exposição.

O Conservatório Princesa de Gales apresenta duas zonas climáticas principais, a tropical húmida e a tropical seca, que contêm, por sua vez, mais oito subzonas micro-climáticas especiais.



Uma das principais atracções da área principal da zona tropical húmida é um grande tanque de aspecto naturalista, que alberga o gigante botânico vulgarmente denominado victória-régia ou nenúfar gigante (Victoria amazonica)1.



Duas das subzonas que proporcionam uma experiência mais intensa de ambiente tropical são as dos orquídeas e fetos, com as suas espectaculares colecções que incluem a raríssima orquídea Epidendrum ilense, do Equador, e as dezoito espécies dos fetos chifre-de-veado (género Platycerum) com as suas formas invulgares, todas epífitas.



Outras famílias de plantas estão amplamente representadas, como a Bromeliaceae, a que pertence o ananás (Ananas cosomus), a Zingiberaceae, a que pertence o gengibre (Zingiber officinalis) e a Costaceae, que compreende o género Costus a que pertencerá (provavelmente) a planta de flor branca que se vê na imagem abaixo2.



A zona tropical seca compreende uma área principal contendo a vegetação dos climas áridos ou desérticos quentes do mundo e outra, secundária, que mostra a vegetação dos locais sub-áridos ou sub-desérticos.



Para além de inúmeras plantas comummente designadas por cactos, podem ver-se algumas preciosas curiosidades de que se destacam a (verdadeira) árvore-do-incenso, Boswellia sacra, e o baobá, Adansonia za.

1Também pode ver esta raínha dos nenúfares em Portugal, no Jardim Botânico de Coimbra.
2Talvez? C. deistellii, C. afer ou C. dubius.



7. Princess of Wales Conservatory - the display.

The Princess of Wales Conservatory was opened to the public in 1987 and has two main climatic zones, the wet tropics and the dry tropics, that contain in their turn eight specific micro-climatic sub-zones.

One of the chief attractions in the main area of the wet tropical zone is a big tank that supports among other tropical aquatic plants Kew's special giant water-lily,
Victoria “Longwood Hibrid”, which results of crossing the species V. amazonica and V. Cruziana.

Two of the sub-zones that favour a more intense experience of the tropical ambience are those of
orchids and ferns, and their spectacular collections that include the very rare orchid Epidendrum ilense, from Equador, the magnificent orchid Paphiopedilum sanderianum, from Bornéu, and the eighteen horn-fern species (genera Platycerum, all of them epiphytes) showing their unusual shapes.

The dry tropical zone has a main area containing sample vegetation from the hot arid or desertlike climates around the world, and a smaller area to show some specimen of the vegetation from semi-arid or near-desert places.

Beyond the innumerable plants commonly called cactus, one can see some unexpected precious plants like the frankincense,
Boswellia sacra, and the Madagascan baobab, Adansonia za.

sexta-feira, 14 de março de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (6)

6. O Conservatório Princesa de Gales - o edifício.

O actual conservatório botânico1 de Kew é um enorme edifício que ocupa 4490 metros quadrados, uni-estrutural mas dividido em vários volumes de tamanhos distintos, que veio substituir quinze (15) estufas pré-existentes e de manutenção difícil – as chamadas T-Range e Ferneries (que podem traduzir-se como as Extensões Tropicais e Casas do Fetos).


T-Range and Ferneries glasshouses previously existing on the site

Com uma altura máxima de 7 metros, está tão bem enquadrado no local que torna difícil obter uma fotografia do todo. O seu autor, o arquitecto Gordon Wilson, descreve-o extraordinariamente bem “...como um captador solar, (um grupo de) colinas viradas a sul, contrastando vales baixos e encostas proeminentes...”2.



É um edifício tecnologicamente muito evoluído que consegue conter dez (10) zonas micro-climáticas diferentes. A sua forma permite, por exemplo, dispensar ensombramento exterior no Verão e poupar energia de aquecimento no Inverno, pois a inclinação e orientação das coberturas foi estudada para permitir a máxima penetração solar no inverno e a reflexão de uma boa parte da radiação no Verão.



Obterá muitas mais informações sobre este edifício no documento Princess of Wales Conservatory, Architectural tour notes by Gordon Wilson, architect of the conservatory, que pode ser descarregado em ficheiro doc (18,9 MB), ou em ficheiro pdf (2,23 MB).

A construção do edifício terminou em Junho de 1985 e custou aproximadamente 5 milhões de libras.



Notas:
1 Conservatório, em botânica, é um ambiente criado com o objectivo de cultivar plantas protegidas das intempéries climáticas / Conservatory is a large greenhouse used for growing tender and rare plants (Wikipedia)
2 Princess of Wales Conservatory, Architectural tour notes by Gordon Wilson, architect of the conservatory. (June 2005, p. 4, iv)
3 idem (p. 2, i)


6.Princess of Wales Conservatory - the building.

The present Conservatory1 is a huge single-structured but multi-volume building, covering an area of 5370 square yards, which was required to replace fifteen (15) old, energy wasteful glasshouses, known as the T-range and Ferneries.

Having a maximum height of 23 foot, the building is so fully integrated with the surroundings that becomes difficult to take a photo of the whole. It's creator, architect Gordon Wilson, describes it in a brilliant manner “...as a sun-seeking, south-facing ‘hill’, with low valleys contrasting with prominent ridges...”2.

The construction is technologically very advanced and contains ten (10) separated climatic zones. “...Assuming a standard configuration of glasshouse, with no need for external shading, a low winter sun penetrates best through a south-facing vertical glass wall and the effects of a high summer sun are reduced most by reflection off east and west-facing slopes...”3.

More information on the building can be found in the document Princess of Wales Conservatory, Architectural tour notes by Gordon Wilson, architect of the conservatory, which can be downloaded as a doc file (18.9 MB) or as a pdf file (2.23 MB).

The final construction cost on completion in 1985 was approximately £5M.