Os textos e fotografias aqui publicados não podem ser reproduzidos ou utilizados para fins lucrativos ou de propaganda política, nos termos do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos.

The texts and photos published here cannot be reproduced or used for profit purposes or political propaganda, according to the national and international Copyright laws.

CARTA DE FLORENÇA
CARTA DOS JARDINS HISTÓRICOS
ICOMOS, 1981

O Comité Internacional dos Jardins Históricos do ICOMOS-IFLA reunido em Florença em 21 de Maio de 1981 decidiu elaborar uma carta relativa à salvaguarda dos jardins históricos que assumirá o nome desta cidade. Esta carta foi redigida pelo Comité e registrada pelo ICOMOS em 15 de Dezembro de 1982 como complemento da Carta de Veneza neste domínio particular.
Definições e objetivos
Artigo 1 - Um jardim histórico é uma composição arquitectónica e vegetal que apresenta interesse público dos pontos de vista histórico e artístico. Neste sentido deve ser entendido como monumento.
(ler tudo)

The ICOMOS-IFLA International Committee for Historic Gardens, meeting in Florence on 21 May 1981, decided to draw up a charter on the preservation of historic gardens which would bear the name of that town. The present
FLORENCE CHARTER
was drafted by the Committee and registered by ICOMOS on 15 December 1982 as an addendum to the Venice Charter covering the specific field concerned.
Definitions and Objectives
Art. 1. An historic garden is an architectural and horticultural composition of interest to the public from the historical or artistic point of view. As such, it is to be considered as a monument.
(read all)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (15)

15. Índice dos artigos/Index of posts:

1. Breve introdução, apontamento histórico e vista aérea do sítio.
1. Small preface, historical note and aerial view of the site.

2. O Jardim Aquático.
2. The Aquatic Garden.

3. A estufa alpina.
3. The Alpine House.

4. O jardim rochoso.
4. The rock garden.

5. O Jardim do Duque e o Jardim das Vivazes Semi-lenhosas.
5. The Duke's Garden and the Half-hardy Herbaceous Garden.

6. O Conservatório Princesa de Gales - o edifício.
6.Princess of Wales Conservatory - the building.

7. O Conservatório Princesa de Gales - a exposição.
7. Princess of Wales Conservatory - the display.

8. A estufa das palmeiras - o edifício.
8. The Palm House - the building.

9. A estufa das palmeiras - a exposição.
9. The Palm House - the display.

10. O jardim sistemático ou Classe.
10. The Order Beds or Systematic Garden.

11. A estufa temperada - o edifício.
11. The Temperate House - the building.

12. A estufa temperada - a exposição.
12. The Temperate House - the display.

13. O jardim japonês.
13. The Japanese landscape.

14. Templetes e paisagens dentro dos jardins.
14. Small temples and landscapes inside the gardens.


Apêndice/Appendix:

Clique na imagem para uma visita virtual aos jardins em Dual Maps.
Click on the image for a virtual visit to the Gardens on Dual Maps.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (14)

14. Templetes e paisagens dentro dos jardins.

Para além do pequeno pavilhão situado no centro do jardim japonês, já mencionado no postal anterior, e da famosa torre octogonal de dez andares a que chamam Pagode, existem dentro de Kew outros pequenos edifícios apenas com função estética e lúdica usualmente denominados templetes, de entre os quais se referirão aqui apenas dois:

1. O pequeno templete a Eolo, mandado construir originalmente entre 1760 e 1763 por Sir William Chambers, encontra-se situado no topo da pequena colina artificial, construída com terras resultantes da escavação do lago, onde foi mandado colocar depois por Thomas Burton no ano de 1845.


2. Situado aproximadamente a meio caminho entre a estufa das palmeiras e a estufa temperada quando se caminha pelo belíssimo Passeio das Cerejeiras (Cherry Walk) encontra-se o templete do rei Guilherme (King William’s Temple). É um pequeno edifício neoclássico de pedra com pórticos de quatro colunas em ambas as fachadas de topo (tetrástilo e anfipróstilo). Foi mandado construir em 1837 por Sir Jeffry Wyatville como complemento do já desaparecido templo da Vitória.
Em volta deste pequeno edifício está plantada uma colecção de plantas aromáticas mediterrânicas, de entre as quais merecem menção especial as do género Cistus, complementada por grandes Yucca sub-tropicais – coisa notável nestas latitudes.


Os jardins de Kew são, no entanto, mais do que ajardinamentos e canteiros, estufas e templetes. Eles são também, e principalmente, paisagem inglesa tradicional: bosques e prados, amenas clareiras, lagos e represas.



14. Small temples and landscapes inside the gardens.

Besides the small pavilion in the centre of the Japanese Garden described on the previous post, and the famous octagonal ten-floor tower named Pagoda, several other small buildings, temple shaped, of memorial and playful purpose are disseminated along the gardens. We’ll mention only two:

1. One is the Temple of Aeolos, a Grade II listed building originally designed and constructed by Sir William Chambers between 1760 and 1763. It was rebuilt by Decimus Burton in 1845 on an artificial mound, known as Cumberland Mount, formed from spoil dug during the creation of the Lake.

2. Other is King William’s Temple, placed roughly half way between the Palm House and Temperate House when you move along the beautiful Cherry Walk. It is a small neoclassic stone building showing a four-column Tuscan portico at either end (Tetrastyle, Amphiprostyle), built in 1837 by Sir Jeffry Wyatville to complement Chambers' Temple of Victory (no longer standing).
Surrounding King William's Temple there is a specially planted collection of highly-scented Mediterranean style shrubs, herbs and other plants. The collection of rock roses (Cistus), complemented by large exotic Yucca, is particularly impressive – and remarkable at this latitude.

Kew Gardens are, however, more than gardened places and beds, green houses and memorials. They are also, and mainly, a piece of English traditional landscape, with its woods and clearings, its lawns and meadows, lakes and dams.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (13)

13. O jardim japonês.

O jardim japonês, ou a paisagem japonesa (Japanese landscape) na tradução literal do inglês, é a reprodução de um jardim de passeio japonês (kaiyū-shiki) ao estilo do período Momoyama, dos finais do século XVI, que ocupa uma área de, aproximadamente, 5000 metros quadrados.



Clique para ver maior


Este jardim desenvolve-se em volta de um pequeno pavilhão denominado Chokushimon (que significa, literalmente, portão do mensageiro imperial), o qual é uma réplica à escala de 4/5 do Karamon (que significa, literalmente, portão chinês) do Nishi Hongan-ji, traduzindo, do Templo Ocidental do Voto Original, em Kyoto.


Junto ao Chokushimon foi plantado, pelo próprio príncipe Akihito do Japão aquando da visita a Kew em 1976, um exemplar da árvore Hinoki (Chamaecyparis obtusa) cuja madeira foi utilizada na sua construção.

Entre as diversas plantas de origem japonesa usadas aqui nas plantações, merecem ainda especial referência as particularmente belas azáleas Kurume - cultivares "Hinode Giri" and "Kure-no-yuki".


13. The Japanese landscape.

The Japanese landscape, or Japanese garden, is the reproduction of a Japanese strolling garden (kaiyū-shiki) in the style of the Momoyama period (late sixteen century), covering an area of approximately 5,000 square metres (5980 square yards).


This landscape is centred around a little pavilion called Chokushimon (this literally means Gateway of the Imperial Messenger) which is a four-fifths actual size replica of the Karamon (this literally means Chinese Gate) of Nishi Hongan-ji, translating, of the Western Temple of the Original vow, in Kyoto.



A specimen of Hinoki (Chamaecyparis obtusa), the tree whose wood has been used in the construction of the Chokushimon, was planted in the Japanese landscape by their Imperial Highnesses the Prince Akihito and Princess Michiko (now Emperor and Empress) when they visited Kew in 1976.

Among the wide range of plants of Japanese origin here that were used in this place, a special reference is due to the astonishingly beautiful Kurume azaleas - cultivars "Hinode Giri" and "Kure-no-yuki".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (12)

12. A estufa temperada - a exposição.

A riquíssima colecção de plantas da estufa temperada apresenta-se, desde o restauro de 1981, distribuída geograficamente, tal como era previsto nos planos originais de Burton embora com mais regiões representadas, e inclui ainda uma área que congrega plantas com interesse económico, conforme pode observar-se no esquema em baixo.


Muitas plantas desta estufa merecem menção especial. Uma palmeira-do-chile (Jubeae chilensis) cresce ali desde 1862 e em 1985 já media quase 18 metros de altura, sendo hoje considerada a maior planta em estufa.


Também pode ver-se aí a raríssima Encephalartos woodii, que é uma cica actualmente extinta em meio natural.


As espécies Hibiscus liliiflorus, endémica da Ilha Rodrigues (Maurícias) e quase extinta, e Trochetiopsis erythroxylon, endémica da Ilha de St.ª Helena e actualmente extinta no seu lugar de origem, estão a ser reproduzidas nesta estufa com vista à sua reintrodução no seu meio natural.

Refira-se, como curiosidade, que as proteas gigantes (Protea cynaroides, a flor símbolo da África do Sul) recomeçaram a florir passados 160 anos, pouco tempo após a sua replantação na estufa restaurada (1986).


12. The Temperate House - the display.

The most rich collection of plants inside the Temperate House is nowadays displayed in geographical zones, as intended in Burton's original design, though the scheme now represents many more regions, as can be seen on the ground plan.

Many plants in this greenhouse deserve special mention. A huge Chilean Wine Palm (Jubaea chilensis) grows inside since 1862 - in 1985 was already near 59 feet high - today being considered the largest indoor plant.

There, one can also see the cycad Encephalartus woodii, not only the rarest plant in the gardens but one of the last surviving specimens in the world.

Among the plants on display in the Temperate House are endangered island species, being propagated for re-introduction to their native soil, such as Mandrinette (Hibiscus liliiflorus) from Rodrigues Island and St. Helena Redwood (Trochetiopsis erythroxylon) from the island of St. Helena.

Surprisingly, the existing king protea (Protea cynaroides) from the Cape seems to have relished the conditions after the 1982 restoration, as it bloomed in 1986 after a gap of exactly 160 years and can be seen growing in the south end of the House.

domingo, 13 de julho de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (11)

11. A estufa temperada - o edifício.

O belíssimo edifício vitoriano de ferro e vidro, com os seus 4880 metros quadrados, terá sido a maior estufa do mundo ao tempo da sua construção (1859-1899) e é, ainda hoje, a maior do jardim botânico de Kew.


Projectado em 1859 por Decimus Burton - tal como o edifício da estufa da palmeiras - a sua construção teve início em 1860. Em 1862 estavam concluídos o corpo central e os dois octógonos adjacentes. Em Maio de 1863 abriria pela primeira vez ao público.

Octógono e ala Sul (Foto de Bradman334 no Flickr, Maio 2007)

As alas Norte e Sul do edifício da estufa só viriam a ser construídas entre 1895 e 1899. Após a sua conclusão, a estufa temperada tem 180 metros de comprimento, para uma largura máxima de 43 metros.




Entre 1974 e 1980 o edifício foi completamente restaurado, tendo sido melhorada a eficiência luminosa, remodelado o sistema de aquecimento, simplificada a rede de caminhos e construídas zonas aquáticas nos canteiros. Durante 1981 foram feitas as novas plantações e a estufa pôde voltar a ser aberta ao público.

11. The Temperate House - the building.

The beautilful Victorian iron and glass building, covering an area of 52528 square feet, was presumably the world's largest glasshouse when it was built (1859-1899), and today still is is the largest at the Botanic Gardens.

Designed by Decimus Burton - as the Palm House was - during 1859, its construction work began in 1860. The centre block and the two octagons were concluded in 1862 and the public was first admited in May 1863.


The Greenhouse (left) in 1908/9 (Photo: Vistas, Explore Kew Gardens)


The north and south wings of the building were built much later, between 1895 and 1899. The completed building measures 590 by 140 feet at its greatest length and width, correspondently.


Between 1974 and 1980 the Temperate House building was fully restored, being improved the light transmition, the heating system renewed, the path system simplified and water features included on the enlarged beds. During the summer of 1981 the planting was completed and the house reopened to the public.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (10)

10. O jardim sistemático ou Classe.

A Classe foi instalada em 1860 pelo então director, Sir Joseph Hooker, nos terrenos que a horta da Casa Real ocupou até 1847, e destina-se ao ensino da Taxonomia Vegetal.



Contém actualmente1 cerca de 3000 plantas herbáceas diferentes, agrupadas em 51 famílias botânicas e distribuídas por 126 canteiros.



Ao juntar as plantas de uma mesma família botânica tornam-se facilmente visíveis as suas semelhanças e diferenças, sendo possível fazer uma ideia da enorme diversidade existente nas herbáceas com floração.



De entre as plantas presentes refiram-se, pela particular beleza das suas flores, a Nigella damascena (nigélia da pérsia) e a Aquilegia vulgaris (aquilégia), e pela sua extraordinária eficácia terapêutica no tratamento da malária, a Artemisia annua (artemísia).

Em 1959 foi construída a pérgula das rosas cobrindo os principais caminhos deste jardim, para marcar o bicentenário dos jardins de Kew.


Refira-se, como curiosidade, que ao longo do limite nascente deste jardim estão localizados pequenos talhões muito bem cuidados, cujo cultivo faz parte das actividades curriculares dos prestigiados cursos de jardinagem de Kew.

1Em 2003, o número de plantas era de apenas 2500 em 108 canteiros, representando 50 famílias botânicas.


10. The Order Beds or Systematic Garden.

The Order Beds were devise in the late 1860s by Sir Joseph Hooker, then director of the Royal Botanic Gardens, on the ground occupied by the kitchen garden of the Royal House until 1847, and aim the teaching of Plant Taxonomy.

At present1, an organised collection of more than 3000 different types of herbaceous plants from 51 different families is laid out on 126 beds.

By growing plants from the same family together, similarities and differences in appearence are easily visible and it is possible to see a sample of the diversity within the herbaceous flowering plants.

Among these plants, some can be mentioned for their especially beautiful flowers, as Nigella damascena (love-in-a-mist) and Aquilegia vulgaris (european columbine), and one must be referred, Artemisia annua (sweet wormwood), because of its extraordinary efficacy in the treatment of malaria disease.

Along the eastern boundary are the Kew student vegetable plots, where they are required to grow a range of crops as a part of their diploma.

1In 2003 the number of plants was 2500 on 108 beds, representing 50 botanical families.

sábado, 12 de abril de 2008

O Real Jardim Botânico de Kew / The Royal Botanic Garden at Kew (9)

9. A estufa das palmeiras - a exposição.

A estufa das palmeiras recria uma zona climática tropical húmida e apresenta as plantas agrupadas por zonas geográficas, distribuídas como pode observar-se na figura, com excepção da área central que está reservada para os exemplares mais altos, obviamente por ter mais espaço livre na vertical.


Muitas são as curiosidades botânicas que aí podem observar-se e também muitas espécies que se encontram, infelizmente, ameaçadas nos seus locais originários.

Dypsis decaryi (Fonte: PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.3,f.3)

Na ala Sul podem ver-se a rara Dypsis decaryi ou palmeira triangular, de Madagascar, a Lodoicea maldivica ou coco-do-mar, originária das ilhas Seychelles, cujo fruto é o maior do reino vegetal chegando a pesar 20 kilogramas, e a Encephalartos altensteinii, uma planta muito especial que chegou a Kew em 1775 e é, agora, uma espécie ameaçada.

Encephalartos altensteinii (Fonte:PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.2, f.1)

Na ala Norte é de salientar Strongylodon macrobotrys ou trepadeira-jade, originária da floresta tropical nas Filipinas da qual resta actualmente menos de 1/5.

Veitchia winin (Fonte: PACSOA, Kew Palm House-Interior, p.1,f.3)

Na área central podem observar-se, por exemplo, alguns gigantes vegetais como a Veitchia winin ou palmeira de manila, que pode atingir 12 metros de altura e a Attalea speciosa ou babaçu (br.), que pode atingir os 15 metros.

Na cave desta estufa foi instalada a Exposição Marinha, onde são exibidas algas e outras plantas subaquáticas em dezanove (19) tanques, que recriam quatro (4) ambientes marinhos: Recifes de coral; Estuários; Mangais; Costas rochosas.


9. The Palm House - the display.

The Palm House creates conditions similar to tropical rainforest and displays the plants grouped together in geographical areas, as can be seen on the ground plan, except in the centre, where the tallest specimens use the extra height of the dome.

There one can observe many exotic plants, and now also many rarities as the tropical rainforests become one of the most threatened habitats on Earth.

In the south wing of the building it can be found the rare triangle palm, Dypsis decaryi from Madagascar, the double coconut palm, Lodoicea maldivica native in the Seychelles, which bears the largest seed of all plants, and the South African cycad, Encephalarthos altensteinii, a very special plant brought to Kew in 1775 and now unfortunately member of a threatened specie.

In the north wing the emphasis goes to the jade vine, Strongylodon macrobotrys native in the rainforests of the Phillippines, which are disappearing at an alarming rate.

In the centre transept stand the tallest specimens like the winim palm, Veitchia winin that can be over 40 feet high, and the babassu palm, Attalea speciosa that easily reaches 50 feet height.

Housed in the basement of Palm House is the Marine Display, where 19 tanks show 4 major marine habitats.